Método Orton-Gillingham na Psicopedagogia: Guia Prático para Dislexia
Descubra como aplicar o método Orton-Gillingham na psicopedagogia para ajudar crianças com dislexia a desenvolver leitura e escrita eficientemente.

O método Orton-Gillingham é um protocolo de ensino estruturado, multisensorial e individualizado, amplamente reconhecido no tratamento da dislexia. Neste guia, você aprenderá como integrar essa abordagem no atendimento psicopedagógico, aliando teoria e prática para promover avanços reais na leitura e escrita de crianças com dificuldades específicas de aprendizagem. Para enriquecer suas sessões, considere utilizar jogos sensoriais específicos, como jogos pedagógicos para dislexia, que estimulam a associação entre som, símbolo e movimento desde os primeiros encontros.
O que é o Método Orton-Gillingham?
Desenvolvido nos anos 1930 por Samuel Orton e Anna Gillingham, o método Orton-Gillingham surgiu para ajudar indivíduos com dislexia a superar dificuldades de leitura e escrita. Baseado em princípios neurocientíficos, ele incorpora atividades que estimulam simultaneamente canais visuais, auditivos e táteis, favorecendo a aprendizagem multisensorial. Essa combinação fortalece as conexões cerebrais envolvidas no reconhecimento de letras, na decodificação de palavras e na compreensão textual.
Ao contrário de métodos convencionais, o Orton-Gillingham adapta-se às necessidades de cada criança, fazendo ajustes no ritmo, no nível de complexidade e no tipo de estímulo. A avaliação diagnóstica inicial identifica padrões de erro, permitindo a criação de um plano de intervenção personalizado. Profissionais de psicopedagogia, ao adotarem essa abordagem, garantem um atendimento mais focado, com metas claras e resultados monitorados.
Princípios Fundamentais do Método
1. Multisensorialidade
O alicerce do Orton-Gillingham é a integração de estímulos sensoriais. A criança vê a letra, ouve seu nome e seu som, desenha-a em materiais como areia ou massinha e, ao mesmo tempo, a pronuncia. Essa imersão sensorial ativa diferentes regiões do cérebro, facilitando a memorização e a associação gráfica-fonológica.
2. Sequência e Cumulatividade
O ensino segue uma sequência lógica: inicia-se com letras isoladas e seus sons correspondentes, avança para sílabas simples, depois para sílabas complexas, palavras, frases e sentenças. Cada novo elemento soma-se aos anteriores, garantindo que a criança consolide conceitos antes de enfrentar desafios mais complexos.
3. Explícito e Intencional
Não se trata de induzir a criança a descobrir sozinha, mas sim de explicar claramente cada regra ortográfica, fonológica e morfológica. O profissional fornece instruções diretas, enfatiza padrões e corrige erros de forma construtiva.
Aplicação no Atendimento Psicopedagógico
Avaliação Inicial e Definição de Metas
Antes de iniciar as sessões, realize uma avaliação abrangente: análise de provas escritas, leitura em voz alta e instrumentos padronizados. Identifique pontos fortes e fracos e defina objetivos de curto, médio e longo prazo. Um relatório claro orienta as atividades e serve de base para o monitoramento do progresso.
Planejamento de Sessões
Estruture cada encontro em quatro etapas: aquecimento com revisões de unidades anteriores; apresentação de novo conteúdo; atividades práticas multisensoriais; encerramento com avaliação rápida (flashcards, ditado ditado ou leitura controlada). Mantenha registro de desempenho em planilhas ou softwares, ajustando o plano conforme necessário.
Materiais e Recursos Didáticos
Utilize recursos como letras em relevo, tabelas alfabéticas, blocos sensoriais e cartões fonológicos. Para fortalecer o processamento auditivo, inclua exercícios de atividades de processamento auditivo. Esses materiais permitem que a criança manipule fisicamente símbolos e sons, reforçando a aprendizagem de forma lúdica.
Exemplos de Atividades Práticas
– Labirintos fonêmicos: a criança segue o caminho marcado por sons específicos.
– Ditado tático: formar palavras usando peças de madeira ou massinha.
– Jogo da memória ortográfica: combinar grafemas e fonemas.
– Leitura guiada em duplas: revezar-se na leitura de frases simples.
Evidências Científicas e Benefícios
Estudos de Neuroimagem
Pesquisas em ressonância magnética funcional mostram que o método Orton-Gillingham fortalece a ativação de áreas como o giro fusiforme e o sulco temporal superior, cruciais para o reconhecimento visual de palavras e a associação som-símbolo. Esses resultados comprovam os ganhos no mapeamento cerebral da leitura.
Resultados Clínicos
Em estudos longitudinais, crianças que receberam intervenção com Orton-Gillingham apresentaram aumento médio de 40% na fluência de leitura e redução significativa das oscilações de atenção. Além disso, observou-se maior motivação, já que o método valoriza conquistas graduais e reforço positivo.
Dicas Práticas e Recursos Adicionais
Formação e Cursos Recomendados
Para aprofundar seu conhecimento, invista em certificações oficiais de Orton-Gillingham e cursos de neurociência aplicada à educação. Consulte o programa de formações no site oficial da sociedade Orton-Gillingham ou em plataformas especializadas.
Adaptação de Recursos Sensoriais
Crie seu próprio alfabeto sensorial para dislexia usando materiais simples: espuma, feltro e tinta em relevo. Personalize cores e texturas conforme o perfil de cada criança, tornando o aprendizado ainda mais significativo.
Complementos Lúdicos
Além das atividades formais, incorpore jogos de tabuleiro educativos que reforcem leitura e ortografia. Para opções diversificadas, explore jogos de ortografia e materiais sensoriais avançados.
Conclusão
A aplicação do método Orton-Gillingham no contexto psicopedagógico oferece um caminho estruturado e comprovado para o desenvolvimento da leitura em crianças com dislexia. Ao combinar avaliação precisa, ensino multisensorial e monitoramento contínuo, você potencializa resultados, promove autonomia e reforça a autoestima dos seus alunos. Comece a implementar essas estratégias hoje mesmo e observe a transformação no processo de aprendizagem.