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Escape Room Sensorial para TDAH e TEA: Atividades para Funções Executivas

Descubra como um escape room sensorial para TDAH e TEA pode desenvolver funções executivas em crianças por meio de atividades lúdicas e inclusivas.

Escape Room Sensorial para TDAH e TEA: Atividades para Funções Executivas

Implementar um escape room sensorial para TDAH e TEA é uma estratégia inovadora para potencializar funções executivas como planejamento, atenção, memória de trabalho e autorregulação. Essa abordagem lúdica combina desafios baseados em estímulos táteis, auditivos, visuais e cinestésicos, criando um ambiente envolvente que favorece o engajamento e o desenvolvimento cognitivo. Para enriquecer a experiência, você pode incluir jogos sensoriais personalizados, dando suporte ao processo terapêutico.

O que é um Escape Room Sensorial?

Um escape room sensorial é uma dinâmica em que os participantes resolvem uma série de enigmas e tarefas dentro de um ambiente controlado. Cada etapa é desenhada para ativar diferentes sentidos, estimulando o processamento sensorial e as funções executivas. Adaptado para crianças com TDAH e TEA, esse formato prioriza a personalização dos estímulos de acordo com o perfil neurodiverso, garantindo desafios acessíveis e motivadores.

Na psicopedagogia, essa proposta insere elementos de gamificação e neurociência aplicada, contribuindo para intervenções mais significativas. Você encontrará conceitos complementares em atividades de arte sensorial para crianças com TDAH e Dislexia e caixas sensoriais, que podem servir de base para montar pistas e desafios.

Benefícios do Escape Room Sensorial para crianças com TDAH e TEA

Os principais ganhos incluem:

  • Desenvolvimento de Funções Executivas: Planejamento, organização, tomada de decisões e flexibilidade cognitiva são trabalhados a cada pista.
  • Atenção Sustentada e Seletiva: Ao focar em estímulos específicos, a criança aprende a filtrar distrações.
  • Memória de Trabalho: Necessária para lembrar e vincular informações durante a sequência de enigmas.
  • Autorregulação Emocional: A resistência à frustração é exercitada ao lidar com desafios bem calibrados.
  • Interação Social e Comunicação: Em atividades em grupo, promove colaboração e troca de ideias.

Para reforçar o desenvolvimento cognitivo, você pode integrar exercícios de neurobic, combinando estímulos inesperados que afetam positivamente a atenção e a memória.

Como planejar um Escape Room Sensorial

O planejamento é essencial para garantir que o escape room sensorial atenda às necessidades das crianças com TDAH e TEA. Siga estes passos:

1. Definição de Objetivos Terapêuticos

Identifique quais funções executivas você deseja estimular: memória de trabalho, autocontrole, planejamento ou outras. Estabeleça metas claras e mensuráveis para cada sessão.

2. Seleção de Estímulos Sensoriais

Escolha materiais que ativem diferentes canais sensoriais:

  • Tátil: Texturas diversas (massinha, papéis com relevo, tecidos). Veja exemplos em circuito sensorial com materiais recicláveis.
  • Auditivo: Objetos que produzam sons suaves, aplicativos de sons da natureza ou música rítmica.
  • Visual: Cores contrastantes, pistas em formato de imagens ou luzes LED.
  • Cinestésico: Movimentação planejada, pequenas tarefas de equilíbrio ou deslocamento de objetos.

3. Duração e Número de Pistas

Para crianças com TDAH e TEA, limite a atividade a 30–45 minutos, dividida em 4 a 6 pistas. Pistas muito longas podem gerar desmotivação; pistas muito curtas podem não promover desafio suficiente.

Estrutura de Atividades e Exemplos Práticos

A estrutura pode variar conforme a faixa etária e o nível de demanda sensorial. A seguir, um modelo de sequência de pistas:

Etapa 1: Acolhimento e Instruções

Explique as regras em linguagem simples e visual. Use cartões ilustrados para cada etapa. Estabeleça um sinal de pausa para autorregulação, permitindo que a criança peça ajuda caso necessário.

Etapa 2: Módulo Tátil

Desafie a criança a encontrar uma pista oculta em uma caixa sensorial. Combine materiais macios (massinha de modelar) e texturas ásperas (papel lixa). A pista pode ser um símbolo ou palavra-chave que ligue ao próximo enigma.

Etapa 3: Módulo Auditivo

Apresente sons codificados em pequenos objetos ou aplicativos. Por exemplo, um xilofone toca uma sequência que corresponde a números ou cores. A criança deve reproduzir a sequência em um teclado simplificado.

Etapa 4: Módulo Visual

Utilize pistas visuais como quebra-cabeças de imagens ou luzes coloridas que acendem em determinada ordem. A criança precisa registrar a sequência em um quadro branco ou em folhas ilustradas.

Etapa 5: Módulo Cinestésico

Incorpore movimentos motores coordenados. Pode ser um percurso de cones dentro da sala ou estimulação vestibular leve em um balanço. Ao final, a criança encontra uma chave simbólica que libera um baú com o objeto final.

Dicas para Facilitar o Engajamento e a Autorregulação

Algumas estratégias ajudam a manter o foco e reduzir a ansiedade:

  • Reforço Positivo: Pequenas recompensas (adesivos, elogios) a cada etapa concluída.
  • Timers Visuais: Relógios de areia ou cronômetros que demonstrem o tempo restante de forma concreta.
  • Áreas de Pausa: Espaço confortável com materiais calmantes (almofadas suaves, fidget toys) para quando a criança precisar se recompor.
  • Rotina Prévia: Treinos de simulação breve antes da atividade principal ajudam na compreensão das regras.

Como Avaliar o Progresso e Resultados

Registre observações durante cada sessão para mensurar avanços:

  • Tempo de Conclusão: Compare a duração de cada pista ao longo das sessões.
  • Nível de Autonomia: Observe a quantidade de instruções necessárias.
  • Resposta Emocional: Anote reações de frustração e capacidade de retomada.
  • Qualidade de Resolução: Verifique a precisão na execução das tarefas.

Esses dados permitem ajustar a complexidade e calibrar estímulos conforme a evolução do participante.

Recursos e Materiais Recomendados

Para montar um escape room sensorial eficiente, considere:

  • Materiais Táteis: Massinhas atóxicas, tecidos com diferentes texturas, palitos e bolas de tênis.
  • Recursos Auditivos: Aplicativos de sons (sons da natureza, códigos musicais) e pequenos instrumentos (xilofone, tamborim).
  • Ferramentas Visuais: Lanternas LED coloridas, quebra-cabeças, cartões ilustrados.
  • Equipamentos Cinestésicos: Cones, tapetes de equilíbrio e fidget toys.
  • Referências para Planejamento: Consulte livros de neurociência aplicada à educação para fundamentar teorias e práticas.

Conclusão

O escape room sensorial para TDAH e TEA representa uma ferramenta poderosa no arsenal da psicopedagogia inclusiva. Ao combinar estímulos multissensoriais com objetivos claros de funções executivas, você potencializa o desenvolvimento cognitivo e emocional de crianças neurodiversas de forma lúdica e envolvente. Experimente personalizar cada sessão, monitorar resultados e integrar recursos de circuito sensorial e jogos de arte sensorial para enriquecer ainda mais a experiência. Com planejamento e criatividade, esse formato pode transformar o processo terapêutico e educacional em uma jornada divertida e eficaz.


Professora Fábia Monteiro
Professora Fábia Monteiro
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