Como montar uma sala de calma sensorial para alunos com TDAH
Aprenda a montar uma sala de calma sensorial para alunos com TDAH, com passo a passo, materiais recomendados e estratégias neuroeducacionais para reduzir a ansiedade e aumentar o foco.

Em escolas inclusivas voltadas para o desenvolvimento humano, criar um espaço de acolhimento é fundamental para atender alunos com Transtorno do Déficit de Atenção com Hiperatividade (TDAH). Uma sala de calma sensorial atua como um recurso estratégico para reduzir a ansiedade, aumentar o foco e regular o comportamento. Neste guia, você encontrará desde o planejamento do espaço até as melhores práticas de uso, incluindo recomendações de kit de materiais sensoriais para TDAH para compor o ambiente.
O que é uma sala de calma sensorial?
A sala de calma sensorial é um ambiente especialmente organizado com estímulos controlados para promover relaxamento e autorregulação emocional. Diferente de um espaço de recreação comum, esse local foca em recursos sensoriais, como texturas, sons e iluminação suave, que ajudam o aluno a reconectar-se com seu estado de equilíbrio. Psicopedagogos e educadores aplicam conceitos da neurociência para compreender como cada estímulo influencia o sistema nervoso, permitindo customizar o espaço conforme as necessidades individuais dos alunos.
O conceito nasce da união entre terapias ocupacionais, pedagogia e neurociência, oferecendo um refúgio para crianças que enfrentam sobrecarga sensorial. Em salas convencionais, ambientes estimulantes demais podem desencadear crises de ansiedade ou comportamentos impulsivos. Com materiais selecionados, a sala de calma sensorial possibilita ao aluno desacelerar processos cognitivos acelerados, facilitando a retomada do foco e a preparação para atividades acadêmicas subsequentes.
Benefícios para alunos com TDAH
Alunos com TDAH apresentam desafios como impulsividade, desatenção e sensibilidade a estímulos externos. A sala de calma sensorial traz benefícios diretos, apoiados por estudos em neuroeducação:
- Regulação emocional: ambientes com estímulos suaves auxiliam na redução de cortisol, hormônio relacionado ao estresse.
- Redução de comportamentos disruptivos: ao oferecer alternativas para descarregar energia, diminui-se a necessidade de fugir da aula.
- Melhora da concentração: momentos de descanso sensorial promovem maior engajamento em atividades subsequentes.
- Autorregulação vestibular e proprioceptiva: brinquedos de pressão e texturas reforçam o senso corporal, essencial para manter a atenção.
Além disso, ao integrar estratégias de sala de calma sensorial com materiais sensoriais para atenção sustentada em crianças com TDAH, o psicopedagogo potencializa os resultados terapêuticos, promovendo um atendimento mais humanizado e cientificamente embasado.
Planejamento do espaço
Localização e ambientação
Escolha um canto tranquilo, longe do fluxo intenso de corredores e salas de aula. A sala de calma sensorial deve ter fácil acesso, mas ao mesmo tempo ser discreta para que o aluno não se sinta exposto ao sair durante o período de crise. Paredes pintadas com cores neutras — tons claros de azul, verde ou lavanda — ajudam a transmitir sensação de tranquilidade.
Evite interferências sonoras externas. Se necessário, utilize painéis acústicos ou carpetes para abafar ruídos. Materiais naturais, como madeira e fibras, são recomendados por proporcionarem conforto tátil e visual. Inclua plantas que não soltem pólen, contribuindo para a purificação do ar sem oferecer riscos alérgicos.
Iluminação e cores
A luz indireta, com dimmers ajustáveis, permite controlar a intensidade de acordo com a necessidade do aluno. Lâmpadas de espectro quente favorecem a relaxação. Para estímulos visuais suaves, considere luzes de fibra ótica ou lâmpadas de lava, que podem servir como ponto focal para técnicas de respiração guiada.
Elementos coloridos devem ser reduzidos ao mínimo. Se optar por painéis interativos, use esquemas monocromáticos com pequenas áreas de contraste para evitar sobrecarga visual. A uniformidade cromática auxilia na redução de distrações, mantendo o aluno mais centrado.
Materiais sensoriais essenciais
Definir os objetos certos é crucial para compor uma sala de calma sensorial eficiente. A seleção deve alinhar-se ao perfil sensorial de cada aluno:
Materiais táteis
Texturas diversas, como tapetes de bolinhas, almofadas de pérolas ou tecidos de veludo, permitem ao aluno escolher a sensação que mais o conforta. O contato manual com itens específicos pode servir como âncora para exercícios de mindfulness.
Materiais visuais
Luzes LED programáveis e projetores de céu estrelado criam ambientes imersivos. A movimentação suave das estrelas estimula a focalização do olhar, reduzindo pensamentos acelerados.
Brinquedos de propriocepção
Bolinhas de stress, rolos de espuma e coletes de peso leve oferecem pressão constante no sistema proprioceptivo, ajudando o aluno a manter o tônus muscular e a auto perceção do corpo. Esses recursos colaboram para diminuir a impulsividade.
Para adquirir diferentes itens, um jogos pedagógicos sensoriais de qualidade podem complementar a sala e enriquecer as sessões de intervenção.
Estratégias de uso e integração pedagógica
Implementar uma sala de calma sensorial exige protocolos claros. É fundamental integrar o espaço à rotina escolar e ao planejamento de intervenções:
Quando incorporar a sala
Reserve horários específicos, como intervalos curtos durante a manhã ou após atividades mais exaustivas. Utilize a sala também como recurso de pré-tarefa, preparando o aluno para tarefas que exigem maior concentração.
Rotinas e protocolos
Defina tempo máximo de permanência, evitando dependência excessiva do espaço. Em conjunto com o aluno, estabeleça sinais não verbais para solicitar o uso da sala sem interromper o fluxo da aula.
Ao alinhar essa iniciativa com estratégias de sala de aula para alunos com TDAH, você potencializa resultados e promove uma cultura inclusiva onde o acolhimento faz parte do processo pedagógico.
Dicas para avaliação e monitoramento
A eficácia da sala de calma sensorial deve ser acompanhada de perto. Utilize registros qualitativos e quantitativos para aferir avanços:
- Diário de uso: peça ao aluno descrever como se sentiu antes e depois da sessão.
- Escalas de autorrelato: simples indicadores visuais em cartões ajudam na autoavaliação.
- Observações estruturadas: o educador deve anotar comportamentos observados em sala de aula antes e após o uso do espaço.
Estes registros, combinados com os resultados do uso de materiais sensoriais para atenção sustentada em crianças com TDAH, possibilitam ajustes contínuos e embasam relatórios para famílias e coordenação pedagógica.
Conclusão
Montar uma sala de calma sensorial é um investimento em bem-estar e aprendizagem. Com planejamento cuidadoso, seleção adequada de materiais e protocolos bem definidos, psicopedagogos e educadores podem oferecer um recurso eficaz no atendimento a alunos com TDAH. Experimente adaptar as sugestões, registre os resultados e compartilhe boas práticas com sua equipe. Para complementar sua formação, explore opções de livros de neurociência na educação e enriqueça ainda mais suas intervenções.