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Arte Sensorial para Crianças com TDAH e Dislexia: Materiais e Atividades Inclusivas

Descubra como implementar arte sensorial para crianças com TDAH e dislexia, escolhendo materiais e atividades para estimular cognição, atenção e bem-estar.

Arte Sensorial para Crianças com TDAH e Dislexia: Materiais e Atividades Inclusivas

Projetar atividades de arte sensorial para crianças com TDAH e dislexia é uma estratégia eficaz para estimular a motricidade, a concentração e a expressão emocional de forma lúdica. Utilizando diferentes texturas, cores e materiais, o psicopedagogo ou educador pode criar experiências significativas que favorecem o aprendizado e o bem-estar. Além de promover o desenvolvimento cognitivo, essas práticas auxiliam na integração sensorial, essencial para o sucesso escolar e social dos alunos.

O que é arte sensorial

A arte sensorial é uma abordagem que combina recursos artísticos com estímulos sensoriais variados, como texturas, aromas, sons e movimentos. Ao incorporar ingredientes como massas de modelar perfumadas, tintas com diferentes consistências e elementos naturais (sementes, folhas, areia), o educador oferece múltiplos canais de percepção que ajudam a criança a compreender o mundo de maneira integrada.

Em contextos de psicopedagogia, essa metodologia vai além do simples ato de pintar ou recortar: ela trabalha especificamente as funções executivas, a atenção sustentada e a regulação emocional, setores frequentemente afetados em alunos com TDAH e dislexia. Para iniciar, você pode adquirir tintas guache sensoriais ou massinha de modelar sensorial, materiais que permitem explorar diferentes pressões e movimentos com as mãos.

Ao articular arte e sensorialidade, o profissional cria um ambiente inclusivo, alinhado às práticas de caixas sensoriais e kits como o kit de avaliação dinâmica, fortalecendo a proposta de ensino individualizado e engajador.

Benefícios da arte sensorial para crianças com TDAH e dislexia

A integração de técnicas sensoriais e artísticas oferece múltiplos benefícios:

  • Estimulação Tátil e Proprioceptiva: Texturas variadas despertam a atenção táctil e ajudam na percepção corporal, favorecendo a regulação do tônus muscular e do movimento.
  • Desenvolvimento Cognitivo: Atividades que exigem planejamento, sequência de passos e resolução de problemas aprimoram funções executivas, tão importantes para alunos com TDAH.
  • Melhoria da Atenção: O envolvimento sensorial profundo promove maior foco na tarefa, reduzindo a dispersão e facilitando a manutenção do interesse durante a atividade.
  • Regulação Emocional: Expressar sentimentos por meio das cores e texturas auxilia na liberação de tensões e no autocontrole de impulsos.
  • Fortalecimento da Autoconfiança: Ao verem seus trabalhos valorizados, crianças desenvolvem autoestima e motivação, essenciais para o enfrentamento de desafios de aprendizagem.

Essas vantagens tornam a arte sensorial um recurso valioso para psicopedagogos que buscam intervenções baseadas em evidências. Além disso, pode-se complementar com tecnologias, como realidade aumentada, criando experiências híbridas ainda mais dinâmicas.

Materiais sensoriais recomendados

Para estruturar uma sessão de arte sensorial, é fundamental selecionar materiais diversificados. Confira abaixo algumas sugestões:

  • Tintas Texturizadas: Misture guache com areia fina, açúcar ou gelatina sem sabor para criar diferentes consistências.
  • Massas e Argilas Macias: Massa de modelar sensorial, argila polímero leve e argila de polímero expandido estimulam a percepção cinestésica.
  • Elementos da Natureza: Folhas secas, sementes de girassol ou feijão, areia colorida e pétalas de flores conferem estímulos distintos.
  • Fibras e Tecidos: Fitas de cetim, pedaços de lã feltrada e malhas proporcionam toques quentes e frios.
  • Ferramentas Adaptadas: Pincéis de espuma, escovas de dentes antigas e rolos de textura facilitam a exploração criativa.

Esses itens podem ser encontrados em lojas especializadas ou adquiridos pela internet, facilitando a montagem de um acervo de uso contínuo. Vale reforçar: a variedade de estímulos garante que cada criança encontre o canal sensorial que mais a envolve, favorecendo a participação e o engajamento.

Atividades práticas de arte sensorial

Pintura com Texturas Diversas

Nessa atividade, ofereça diferentes potes de tinta com aditivos, como areia, farinha ou gelatina. Peça que a criança use as mãos, esponjas e pincéis para explorar as superfícies do papel ou da tela. Oriente sequências de movimentos (horizontal, vertical, circular) para trabalhar planejamento motor e atenção sustentada. A variação de sensações táteis mantém o interesse e ajuda a criança a perceber nuances de temperatura, pressão e resistência.

Modelagem Guiada com Massa Sensorial

Utilize massinhas que mudam de consistência ao serem amassadas, ideais para trabalhar a força e a coordenação fina. Proponha criar formas temáticas — como animais ou objetos do cotidiano — e incentive a narrativa sobre o que foi construído. Essa combinação de relato verbal e manipulação manual fortalece a linguagem e a memória sequencial.

Colagem de Materiais Naturais

Monte um painel misto usando folhas, gravetos finos, pétalas e pequenos elementos coletados ao ar livre. Cada peça deve ser colada com cola colorida ou texturizada, permitindo à criança identificar cores e consistências. Explique noções de simetria, padrão e contraste, integrando conceitos básicos de matemática e arte.

Como adaptar para diferentes transtornos

Cada criança possui necessidades específicas. Para alunos com TDAH, recomenda-se dividir a atividade em pequenas etapas com pausas estratégicas, evitando o esgotamento. Já na dislexia, destacar sequências visuais em diálogos com a arte, usando legendas ilustradas ou símbolos, facilita a compreensão. Personalize o ambiente reduzindo estímulos visuais e auditivos excessivos, mantendo apenas o necessário para a atividade.

Em todos os casos, documente o progresso com fotos e breves anotações, criando um portfólio sensorial que servirá de referência para ajustes futuros. Esse registro também facilita o diálogo com a família, permitindo orientações de continuidade em casa.

Dicas para profissionais e educadores

  • Planeje as sessões em blocos de 20 a 30 minutos, ajustando conforme o nível de engajamento.
  • Estabeleça uma rotina clara: recepção, explicação, execução da tarefa e avaliação breve.
  • Incentive o protagonismo da criança, permitindo escolhas de cor, textura e tema.
  • Integre as atividades sensoriais com outras abordagens, como treinamento cognitivo digital ou exercícios de movimento.
  • Participe ativamente das criações, modelando comportamentos de calma e foco.
  • Compartilhe resultados com a equipe multidisciplinar para alinhar estratégias de intervenção.

Conclusão e próximos passos

A arte sensorial para crianças com TDAH e dislexia é uma prática transformadora, que alia criatividade e neurociência para promover habilidades essenciais ao desenvolvimento acadêmico e social. Ao selecionar materiais, adaptar atividades e monitorar resultados, você constrói uma abordagem inclusiva e personalizada. Experimente conduzir sua primeira sessão, registrando impressões e feedbacks, e avance rumo a um atendimento cada vez mais qualificado.

Para complementar seus recursos, explore livros técnicos de neurociência aplicada e jogos pedagógicos, potencializando o impacto das suas intervenções. Boa prática!

Confira também outros materiais sensoriais e dicas em nosso blog para ampliar ainda mais seu repertório.


Professora Fábia Monteiro
Professora Fábia Monteiro
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