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Exergames na Psicopedagogia: Atividades com Jogos de Movimento para Crianças com TDAH e Dislexia

Descubra como exergames na psicopedagogia podem estimular funções executivas e atenção em crianças com TDAH e dislexia por meio de jogos de movimento.

Exergames na Psicopedagogia: Atividades com Jogos de Movimento para Crianças com TDAH e Dislexia

Os exergames na psicopedagogia representam uma abordagem inovadora que une estímulos cognitivos e atividade física interativa para apoiar crianças com TDAH e dislexia no desenvolvimento de funções executivas, atenção e regulação emocional. Ao incorporar equipamentos de jogos que exigem movimentos corporais, o psicopedagogo cria um ambiente lúdico e motivador, capaz de ampliar o engajamento dos alunos e facilitar a aprendizagem. Muitos profissionais escolhem plataformas populares, como Just Dance, disponíveis em consoles modernos, aproveitando a dinâmica do exergames para personalizar intervenções.

O que são exergames e como funcionam

Os exergames, ou jogos de exercício ativo, combinam elementos de games digitais com sensores de movimento — como câmeras infravermelhas, controladores de movimento ou tapetes sensoriais — que registram e transformam gestos corporais em comandos. Na psicopedagogia, essa tecnologia assume o papel de ferramenta terapêutica: enquanto a criança dança, pula ou realiza gestos específicos, a interface responde, oferecendo feedback imediato. Essa resposta aumenta a motivação e permite ajustes em tempo real, tornando a intervenção mais personalizada.

Em geral, equipamentos como Kinect para Xbox, Nintendo Switch com sensores de movimento e plataformas que utilizam tapetes interativos são adotados nos atendimentos. Cada jogo pode ter níveis de dificuldade configuráveis, garantindo que a atividade seja desafiadora, mas segura. Assim, os exergames na psicopedagogia não são apenas diversão: são parte de uma estratégia estruturada para desencadear mudanças neurofisiológicas positivas.

Benefícios dos exergames no desenvolvimento cognitivo

Estimulação das funções executivas

As funções executivas — planejamento, controle inibitório e flexibilidade cognitiva — são fundamentais para o desempenho escolar e social. Os jogos de movimento para psicopedagogia promovem desafios que requerem tomada de decisão rápida, alteração de estratégias e controle dos impulsos. Por exemplo, em um desafio de dança coreografada, a criança precisa memorizar sequências de passos, inibir respostas rápidas inadequadas e replanejar o movimento diante de obstáculos virtuais. Cada partida intensifica a ativação de áreas pré-frontais do cérebro, responsáveis por essas funções, favorecendo ganhos cognitivos significativos ao longo do tempo.

Melhora da atenção e concentração

Crianças com TDAH frequentemente apresentam dificuldades em manter o foco durante atividades repetitivas ou pouco estimulantes. Os exergames para TDAH introduzem variações constantes de estímulos visuais, sonoros e cinestésicos, exigindo do aluno atenção sustentada e seletiva. Ao seguir padrões de movimento ou responder a alvos móveis na tela, o participante exercita a capacidade de manter a concentração em tarefas específicas, reduzindo a dispersão de atenção e treinando o controle sobre estímulos irrelevantes. Além disso, a natureza dinâmica do jogo mantém o interesse, o que reflete em sessões mais produtivas.

Potencial de neuroplasticidade e memória de trabalho

A repetição de padrões de movimento associados a desafios cognitivos reforça conexões neurais, promovendo a neuroplasticidade — a capacidade do cérebro de reorganizar-se ao aprender novas habilidades. Atividades que combinam movimento e estímulo mental, como jogos que pedem para memorizar sequências de cores e reproduzi-las com gestos, fortalecem a memória de trabalho, crucial para leitura, escrita e resolução de problemas. Esses exercícios são especialmente benéficos para alunos com dislexia, pois apoiam a consolidação de redes neurais ligadas ao processamento fonológico e à decodificação de palavras.

Aplicando exergames em sessões psicopedagógicas

Seleção de jogos adequados

A escolha do jogo impacta diretamente os resultados da intervenção. É fundamental selecionar plataformas que permitam nivelar a dificuldade e adaptar o tempo de cada fase. Jogos de dança coreografada, desafios de precisão motora e simulações esportivas podem ser alternados para evitar a monotonia. Observe as preferências do aluno e avalie a curva de aprendizado: comece com níveis básicos e avance gradualmente. Ferramentas digitais com relatórios integrados auxiliam na análise de desempenho, registrando acertos, erros e tempo de resposta.

Configuração do ambiente e adaptação sensorial

Para potencializar o rendimento, organize a área de intervenção de forma ergonômica e acolhedora. Livre-se de objetos que gerem distrações e ajuste a iluminação de modo suave. Se necessário, utilize fones com controle de volume para reduzir ruídos externos. Esses cuidados se assemelham à montagem de ambientes multissensoriais em casa, que equilibram estímulos visuais e táteis, garantindo conforto sensorial. Disponibilize tapetes antiderrapantes e marque áreas de movimento para evitar acidentes.

Planejamento de atividades e exemplos práticos

Para estruturar o uso de exergames na psicopedagogia, elabore um plano de intervenção com metas mensuráveis. A seguir, três exemplos de atividades:

1. Circuito de dança interativo: Utilize um jogo de dança para criar rotas que a criança deve seguir, memorizando passos e sequências. Estabeleça metas de minutos contínuos de atividade e incremente desafios ao reduzir o tempo de resposta. Essa dinâmica trabalha planejamento motor, sequenciação e resistência.

2. Desafios de tempo e precisão: Proponha jogos que recompensem ações rápidas e precisas, como simulações de esportes virtuais. Configure o temporizador para intervalos curtos, incentivando a atenção concentrada e a tomada de decisão em situações de pressão. Essa atividade beneficia a agilidade mental e o controle inibitório.

3. Aventuras colaborativas em equipe: Quando possível, inclua outros alunos ou familiares, criando desafios cooperativos em consoles que suportem multiplayer. A interação social estimula habilidades socioemocionais, empatia e comunicação. Jogos de aventura em que cada participante assume uma função específica ajudam na definição de papéis e no desenvolvimento de estratégias conjuntas.

Para adquirir acessórios que suportem experiências imersivas, como tapetes ou controles de movimento, considere explorar opções de títulos renomados como Ring Fit Adventure e similares, adaptando-os para objetivos terapêuticos.

Monitorando e avaliando o progresso

O registro sistemático dos resultados é essencial para ajustar o planejamento. Utilize planilhas ou softwares que documentem indicadores de desempenho, como acurácia nos comandos de movimento, tempo de resposta e níveis de dificuldade alcançados. Ferramentas de avaliação dinâmica permitem comparar dados entre sessões e identificar padrões de evolução. Para isso, um kit de avaliação dinâmica com materiais sensoriais pode complementar as métricas digitais, oferecendo uma visão integrada do perfil cognitivo e motora da criança. Revise periodicamente as metas e adapte os exercícios para manter o engajamento e o desafio apropriado.

Conclusão

Integrar exergames na psicopedagogia é uma estratégia eficaz para estimular funções executivas, atenção e memória de trabalho em crianças com TDAH e dislexia, combinando tecnologia, movimento e ludicidade. Com a seleção criteriosa de jogos, ajustes sensoriais e monitoramento contínuo, o profissional potencializa resultados e promove um aprendizado mais significativo e motivador.


Professora Fábia Monteiro
Professora Fábia Monteiro
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