Como adaptar jogos pedagógicos para crianças com TDAH e estimular funções executivas
Aprenda como adaptar jogos pedagógicos para crianças com TDAH, estimulando funções executivas e melhorando foco e autocontrole com estratégias neuroeducacionais.

Crianças com TDAH frequentemente enfrentam desafios de atenção, impulsividade e dificuldade em regular emoções. Estratégias lúdicas, especialmente os jogos pedagógicos, são poderosas ferramentas para trabalhar funções executivas, pois combinam motivação intrínseca e estrutura clara de regras. Ao adaptar os jogos tradicionais, o psicopedagogo cria experiências que atendem às necessidades sensoriais e de atenção dessas crianças, promovendo ganhos cognitivos e socioemocionais.
Por que adaptar jogos pedagógicos para crianças com TDAH
Entendendo as funções executivas
As funções executivas referem-se a um conjunto de habilidades cognitivas responsáveis pelo planejamento, organização, memória de trabalho, flexibilidade mental e autocontrole. Para crianças com TDAH, essas funções estão frequentemente prejudicadas, gerando dificuldades em seguir instruções, controlar impulsos e manter a atenção em tarefas prolongadas. Trabalhar de forma lúdica permite que o aprendizado seja significativo, pois o cérebro libera dopamina — neurotransmissor essencial no TDAH — ao se envolver em atividades prazerosas.
Dificuldades comuns de atenção e impulsividade
Na prática clínica, observamos que crianças com TDAH se dispersam facilmente em tarefas com regras complexas ou longas. A impulsividade pode levar à frustração, interrompendo o fluxo de aprendizagem. Ao usar jogos adaptados, o terapeuta pode modular a duração das rodadas, reforçar sucessos imediatos e estruturar recompensas fungeis que mantêm o foco. Essa abordagem neuroeducacional tem respaldo em estudos que apontam melhora de até 30% na capacidade de inibição de respostas em ambientes lúdicos estruturados.
Critérios para selecionar jogos pedagógicos
Componentes sensoriais
Selecionar jogos que engajem múltiplos canais sensoriais é fundamental. Texturas, sons e cores vibrantes capturam a atenção e auxiliam na memorização. Por exemplo, blocos de encaixe com superfícies ásperas e suaves alternadas estimulam a percepção tátil, enquanto buzinas ou sinos incorporados podem sinalizar turnos, apoiando o controle de impulsos.
Níveis de desafio e regras claras
Crianças com TDAH se beneficiam de instruções objetivas e regras simplificadas. Prefira jogos com etapas curtas (3 a 5 movimentos) e objetivos visuais, como trilhas coloridas ou marcadores que sinalizam progresso. Gradualmente, aumente a complexidade conforme a criança demonstra domínio, assegurando sentimento de competência e reduzindo a evasão.
Como adaptar jogos existentes em casa
Uso de materiais sensoriais
Com materiais simples, é possível transformar jogos clássicos em ferramentas terapêuticas. Adicione marcadores de feltro, bolas de massinha ou contas de madeira em tabuleiros de trilhas para enriquecer o estímulo tátil. Essa adaptação ajuda a criança a se manter envolvida durante toda a partida e cria oportunidades para movimentos de coordenação fina.
Customização das regras para manter o foco
Reduza o tempo de cada rodada utilizando cronômetros visuais ou auditivos. Use alarmes suaves para sinalizar o fim de cada jogada, ajudando na noção de tempo e transição. Além disso, ofereça reforços imediatos, como adesivos ou pontos extras, para cada meta alcançada.
Exemplos práticos
Imagine um jogo de trilha tradicional, em que cada casa exige uma tarefa de autocontrole (como esperar sem falar). Transforme essas tarefas em cartas coloridas, cada cor correspondendo a um desafio de atenção: contar de trás para frente, realizar um exercício respiratório curto ou nomear três frutas. Assim, cada espaço percorrido inclui uma mini-atividade executiva.
Jogos recomendados e como integrá-los no atendimento
Jogos de tabuleiro de memória
Jogos de memória visual e auditiva são excelentes para fortalecer a memória de trabalho. Experimente versões com cartas gigantes e texturas para reforçar o estímulo sensorial. Durante a sessão, oriente a criança a verbalizar cada par encontrado, promovendo linguagem e autocontrole.
Jogos de sequência e planejamento
Jogos que requerem montagem de sequências, como dominós ou blocos lógicos, trabalham o planejamento e a flexibilidade cognitiva. Ofereça desafios variados: primeiro, com padrões simples; depois, aumente o grau de dificuldade, permitindo que a criança aprenda a adaptar estratégias.
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Monitoramento e avaliação do progresso
Definindo objetivos de atenção e autocontrole
Estabeleça metas claras: tempo de atenção em uma atividade (inicialmente 5 minutos), número de rodadas completadas sem interrupção e qualidade do cumprimento das regras. Documente cada sessão em planilhas ou aplicativos.
Registro de resultados e ajustes
Registre observações qualitativas (nível de ansiedade, engajamento) e quantitativas (pontos obtidos, tempo de jogo). Com base nesses dados, ajuste regras, aumente desafios ou introduza novos estímulos sensoriais. Esse ciclo contínuo de avaliação e adaptação garante progressos concretos.
Integração com outras estratégias neuroeducacionais
Combine as dinâmicas de jogos com gamificação neuroeducacional, utilizando sistemas de pontuação e recompensas progressivas. Incorpore também pausas ativas e exercícios de mindfulness entre as rodadas, conforme sugerido em nosso artigo sobre pausas ativas para TDAH, promovendo autorregulação emocional.
Conclusão
Adaptar jogos pedagógicos para crianças com TDAH é uma estratégia eficaz para trabalhar funções executivas de forma lúdica e motivadora. Com escolhas sensoriais, regras claras e monitoramento contínuo, o psicopedagogo potencializa o desenvolvimento de atenção, planejamento e autocontrole. Experimente customizar seus jogos, explore novas dinâmicas e acompanhe cada avanço. Para conhecer materiais prontos e inspiradores, confira nossa seleção de materiais sensoriais indicados para atendimentos psicopedagógicos.