Autismo: Biodança para Criança Autista

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Autismo: Biodança para Criança Autista

O autismo é um distúrbio congênito caracterizado por alterações no desenvolvimento infantil que se manifesta nos primeiros meses de vida, caracterizando-se por um retrocesso das relações interpessoais e diversas alterações de linguagem e dos movimentos. Estes sintomas são reconhecidos principalmente entre os seis e os 36 meses de idade. As causas são desconhecidas, mas pode estar associado a fatores genéticos e problemas pré e pós-parto. Em 1944, Kanner sugeriu que os sintomas do autismo poderiam constituir um distúrbio diferente da esquizofrenia infantil.

Em 1964, Rimland resume o ponto de vista dominante atual, caracterizando o autismo infantil como um distúrbio independente. As crianças autistas possuem, geralmente, aspectos saudáveis e são bonitas (uma das características mais marcantes).

O processo básico deste sintoma é a perda do contato emocional e interpessoal. Problemas de sociabilidade, isolamento intenso e agressividade. Observa-se que as crianças não respondem às carícias, palavras e nem às atenções dos adultos. Em contraste com a apatia frente às pessoas, a criança parece fascinada por objetos giratórios. Preocupa-se com que o ambiente fique conservado de forma inalterada.

Passa muito tempo jogando com objetos repetitivamente. É indiferente às palavras e a qualquer som emitido por outras pessoas. Porém, pode dar atenção ao ruído de uma porta ou ao barulho de um avião. Possuem hipersensibilidade ao toque e aos sons.

Algumas crianças autistas, entre quatro e cinco anos, são capazes de repetir propagandas de TV, trechos de músicas populares, o que não significa um ato de comunicação, apenas foram absorvidas estruturas codificadas. Frente às pessoas, a criança parece fascinada por objetos giratórios. Preocupa-se com que o ambiente fique conservado de forma inalterada. Passa muito tempo jogando com objetos repetitivamente.

É indiferente às palavras e a qualquer som emitido por outras pessoas. Porém, pode dar atenção ao ruído de uma porta ou ao barulho de um avião. Possuem hipersensibilidade ao toque e aos sons.

Algumas crianças autistas, entre quatro e cinco anos, são capazes de repetir propagandas de TV, trechos de músicas populares, o que não significa um ato de comunicação, apenas foram absorvidas estruturas codificadas.

As anomalias

Linguagem

  1. Repetição em eco das palavras que lhe são dirigidas.
  2. Repetição de uma palavra ou de um grupo de palavras, sem significação afetiva.
  3. O uso da palavra “sim” representa uma dificuldade frequente, como se indicasse um envolvimento com outras pessoas.
  4. Apresentam problemas na aprendizagem dos pronomes “eu”, “tu” e “nós”, utilizando-os de maneira desorganizada.
  5. Dificuldade de comunicação, mutismo, inversão pronominal (troca o “eu” por “você”), incompreensão da linguagem figurativa.

Motoras

  1. Podem permanecer imóveis durante um tempo prolongado.
  2. Distúrbios de comportamento, atos rituais, estereotipados, repetição de um mesmo movimento, com o tronco para frente e para trás.
  3. Movimentos com as mãos e braços no vazio, sem qualquer significado.
  4. Caminhar rígido ou em círculos, com os braços apertados sobre o corpo.
  5. Obsessão por uma atividade, desenham ou jogam xadrez por horas a fio compenetrados.
  6. Hiperatividade.

Etiologia

A origem desta enfermidade, atualmente, ainda é desconhecida. Existem teorias que atribuem causas de ordem genética hereditária, perturbação precoce das relações interpessoais e uma combinação de fatores orgânicos e afetivos.

B. Rimland opina que existe uma grande semelhança entre a conduta das crianças autistas e das crianças vítimas de privação sensorial, sendo o autismo mais grave e intenso que a privação sensorial. Segundo a descrição do autor, as crianças inacessíveis aos estímulos externos, como se estivessem confinadas, sugerem a hipótese de uma lesão no sistema reticular, cuja origem seria uma hiperoxia.

E. Schopler atribui os problemas de adaptação da criança autista a uma disfunção do uso dos receptores, isto é, transtornos perceptivos, dificuldade para discriminação de imagens com objetos vivos ou inanimados. E. M. Ornitz e R. Ritvo afirmam que a criança autista apresenta uma incapacidade para manter a percepção constante, ou seja, percepções idênticas que se originam dos estímulos do meio ambiente não são experimentadas como sendo as mesmas a cada vez.

Outras hipóteses sobre autismo, como as de B. Bettelheim, Escalona, J. Lanouziere, T. Lainé e outros, que centralizam seus interesses teóricos no fenômeno da percepção, passam superficialmente pelo fenômeno essencial da ausência de impulsos afetivos.

Não se trata, contudo, de um fenômeno que possa ter ligação com os processos perceptivos e discriminativos, porque a criança autista discrimina perfeitamente e rechaça exclusivamente a relação humana.

Prognóstico

A ocorrência do autismo é de uma em cada 2.500 crianças. Mais comum em homens. Os graus variam do autismo clássico, mais grave, à síndrome de Asperger, bem mais leve. Abrange de uma criança muda, retardada e agressiva a “gênios”, como Mozart, que teria todas as características de Asperger. A cura ainda não há. Retardo mental ocorre em 80% dos casos. Cerca de 15% das crianças autistas, quando estimuladas adequadamente, conseguem uma recuperação social, na idade adulta, que os permite viver com certa independência assistida e até trabalhar. Uns 25% dos autistas alcançam um desenvolvimento parcial menos significativo, impondo que vivam bem na casa de seus familiares, com sinais evidentes de autismo, sem capacidade de trabalhar e viver independentemente.

Aproximadamente 60% das crianças autistas, por vários fatores, não conseguem obter um desenvolvimento satisfatório.

Diagnóstico diferenciado

O autismo infantil pode ser confundido com retardamento mental, surdo-mudez, síndrome de trauma craniano (pré-natal, natal e pós-natal), afasia e síndrome pós-encefálica. A grande diferença é que os outros quadros apresentam mais ou menos intacta a resposta afetiva.

As crianças com retardamento mental aprendem a falar e tentam formar um relacionamento afetivo com seus familiares, no entanto, os autistas apresentam anomalias de linguagem, repelem o contato com as pessoas e afastam o olhar quando alguém os encara.

Ocorrem, eventualmente, casos de crianças autistas serem diagnosticadas como surdas-mudas, devido ao fato de não se comunicarem verbalmente e levando a crer que nem conseguem ouvir. Há provas demonstrando que o autista possui a sua capacidade auditiva intacta. Os surdos-mudos, por outro lado, buscam um relacionamento com outras pessoas expressando-se mediante gestos, indicando necessidades e desejos. Usam sons vocálicos desarticulados com finalidade comunicativa.

Nos casos de síndromes de traumas cranianos, não se verificam as alterações de linguagem e de movimento que ocorrem nos autistas e nem de bloqueio da afetividade. Nas crianças com trauma craniano, podem ocorrer paralisias, movimentos desarticulados, atrofias musculares, deformações no crânio, incapacidade de concentração por muito tempo, que são sintomas ausentes nos autistas.

Os portadores de afasia procuram relacionar-se com outras pessoas, apesar de não possuírem capacidade para se expressarem através da linguagem. Nos casos de síndrome pós-encefálica, são observados sintomas frequentes de desordens do comportamento social, irresponsabilidade, reações emocionais impulsivas e ocasionalmente sinais neurológicos.

Tratamento

O tratamento convencional de crianças autistas consiste em psicoterapia individual ou de grupo, como Ludoterapia ou Musicoterapia. A utilização de medicamentos psicotrópicos tem mostrado resultados ineficazes.

Biodança para criança autista

Hipótese

O autismo infantil tem como base uma alteração na região límbica hipotalâmica e nas vias córtico-diencefálicas, que bloqueiam os sentimentos de afeto e comunicação. Esta anomalia pode surgir através de uma predisposição hereditária, convergente com fatores ambientais no decorrer dos primeiros meses de vida. A ação terapêutica, no entanto, deverá ser dirigida no sentido de uma ativação global da região límbica hipotalâmica, estimulando respostas de comunicação, cinestésica, afetivas e eróticas.

Proposta para Biodança

1) Local acolhedor, uma sala espaçosa, arejada, bem iluminada, de preferência com piso de madeira, sendo que as atividades são realizadas eventualmente ao ar livre na grama e também em piscina aquecida. Objetos intermediários: um bom aparelho de som, colchonetes, bolas de tênis, etc.

2) Atividades progressivas que propõem, inicialmente, contatos corporais aparentemente casuais, sutis e breves.

3) Massagear as costas e as solas dos pés com as bolas de tênis.

4) Massagem com as mãos, inicialmente de uma pessoa com quem estabelece-se a troca, posteriormente, realizada por várias pessoas.

5) Jogos de contato: pronunciar frases com sentido de afeto, ao mesmo tempo em que a criança toca a garganta do professor, percebendo as vibrações das cordas vocais. Em seguida, invertendo as posições.

6) Acariciamento: a criança deve aprender a receber carícias, desde que surja espontaneamente seu desejo de dar carícias.

7) Brincadeiras de roda, danças integrativas (dança grega, ciranda nordestina, danças circulares, danças sagradas), rodas de comunicação criativa e afetiva.

8) Seguir o ritmo da melodia com movimentos de cabeça e pescoço, depois, ombros e braços e, em seguida, quadris e membros inferiores, posteriormente integrando os três centros em movimentos suaves.

9) Acalentar a criança em um berço humano. Exercícios de contato afetivo, seguidos de ativação gradativa. Utilização de música rítmica e melódica, com volume médio.

10) Alcançado um estágio mínimo de comunicação verbal e corporal, é feita a integração de maneira progressiva a um grupo de crianças normais. A estrutura do grupo seria em média de: 4 crianças autistas; 8 crianças normais, com 1 facilitador e 5 monitores dando apoio.

Conclusão

Esta enfermidade é, por excelência, a enfermidade do contato e da comunicação. É o exemplo mais significativo da relação neurológica que existe entre afetividade, contato corporal e comunicação. Esta função bloqueada no portador de autismo não é uma anomalia do córtex, como ocorre no caso de uma criança deficiente mental. É uma típica disfunção das estruturas límbica hipotalâmicas, que são as fontes biológicas das emoções.

O autista é capaz de entender apenas emoções “simples, fortes e universais”, como as de uma criança, mas fica confuso com as mais complexas. “A principal emoção de um autista é o medo, o mais primitivo dos sentimentos humanos”.

A enfermidade está constituída pela repulsa ao contato, à carícia, a tudo que está relacionado à demonstração de afetividade humana. A boa saúde representa a recuperação da necessidade de contato e não apenas um processo formal de socialização. O autismo é uma síndrome que concentra as mais profundas reflexões sobre o valor terapêutico das carícias.

Autor: Juliana Pimenta Ruas El Aouar

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